um espetáculo da Armazém Companhia de Teatro
Épico gay norte-americano, um dos maiores sucessos teatrais do planeta nos anos 90, vencedor dos prestigiados Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize, considerado por muitos estudiosos como o texto teatral mais importante dos últimos 50 anos, versão cênica de Paulo de Moraes para a obra-prima de Tony Kushner, ANGELS IN AMERICA fará temporada no Rio de Janeiro, de 5 a 28 de julho, no Teatro Riachuelo.
O espetáculo está sendo encenado pela primeira vez no Brasil em sua versão integral, com 5 horas de duração, apresentada em dois formatos: como duas peças autônomas, que serão vistas em dias alternados, e como uma grande peça, com as duas partes encenadas juntas, contando com um intervalo entre elas.
Considerado por muitos estudiosos como o texto teatral mais importante dos últimos 50 anos, Angels in America é um díptico escrito por Tony Kushner no início dos anos 1990. Composto de O Milênio se Aproxima (Parte I) e Perestroika (Parte II), e jamais montado integralmente no Brasil*, o texto recebeu os principais prêmios da dramaturgia americana, incluídos aí os prestigiados Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize. A estreia nacional de Angels in America aconteceu em maio de 2019, no Teatro Antunes Filho, localizado no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. No Rio de Janeiro, a temporada de estreia será no Teatro Riachuelo, um espaço icônico do século XIX localizado no Centro do Rio, próximo ao Metrô Cinelândia. A Parte I: O Milênio se Aproxima será apresentada sextas, às 20h e sábados, às 17h, e a Parte II: Perestroika será apresentada sábados, às 20h e domingos, às 18h. As duas partes somam aproximadamente 5 horas de duração. A temporada no Teatro Riachuelo será de 5 a 28 de julho.
Patrocinada pela Petrobras desde 2000, a Armazém Companhia de Teatro segue
sua trajetória travando um complexo diálogo criativo com um dos melhores
materiais dramatúrgicos da história recente. Angels in America se
passa na década de 1980, em Nova York, durante a chamada Era Reagan e
quando a AIDS assola a cidade como uma espécie de epidemia. Mas Nova
York aqui pode ser qualquer um desses lugares densamente povoados,
lotados, onde é fácil pensar que a pessoa ao seu lado no metrô ou no
elevador, ou mesmo na cama, pode estar do outro lado do mundo. Há uma
pressa, uma urgência, nesse ir e vir constante da grande cidade que
parece não permitir o tempo estendido de se conectar ao outro. Mas, apesar
e por conta disso, as personagens arrebatadas de Tony Kushner – cheias de
dor, medo e uma frágil esperança – tentam fazer contato dentro deste
abismo.
– Angels in America é um épico teatral em duas partes. É uma peça especial, imensa, um mergulho no final do século XX, mas que, diante do colapso em que o mundo se encontra hoje, revela uma atualidade esmagadora. A peça reflete sobre o mundo ocidental, sobre religiões, política, relações afetivas, abandono, sexo, medo da morte, covardia, crueldade, História. Há um sentido de devastação se alastrando por toda a peça. Mas o resultado cênico é um movimento constante, personagens se fazendo vivos por estarem em movimento. Embora haja um cheiro de realidade permanente, a nossa montagem não é nada realista –, comenta o diretor Paulo de Moraes.
O resultado deste processo é a criação de uma grande peça de teatro, com
duração aproximada de 5 horas. A montagem da Armazém Companhia de Teatro
será apresentada em dois formatos: como duas peças autônomas, que
serão vistas em dias alternados, e como uma grande peça, com as duas partes
encenadas juntas, contando com um intervalo entre elas.
– Usamos um espaço nu, aberto. E pairando
sobre esse espaço aberto, um grande teto branco, uma espécie de asa
geométrica, como um anjo pairando sobre a história. Fora isso, usamos
pouquíssimos elementos em cena, para que os corpos dos atores sejam
determinantes para a narrativa, e a imaginação do público seja cúmplice e
finalizadora do acontecimento estético –, conclui o diretor.
(*) Em 2003, a peça foi adaptada para a televisão pela HBO, resultando
numa minissérie de sucesso, com um elenco estelar liderado por Al Pacino,
Meryl Streep e Emma Thompson. Em 1995, primeira parte, O Milênio se
Aproxima, foi montado em São Paulo, sob a direção de Iacov Hillel.
No elenco, estavam Cássio Scapin, João Vitti e Rodrigo Santiago,
entre outros.
Sinopse
Deus
abandonou o paraíso. Na terra – mais especificamente na cidade de Nova
York – um novo profeta está para surgir. O ano é 1985, o milênio
se aproxima rapidamente, e Prior Walter (Jopa Moraes) é o
profeta que se erguerá dos destroços deste terrível século. Mas ele tem
problemas maiores. Com apenas trinta anos, acaba de ser
diagnosticado com AIDS. Seu namorado, Louis (Luiz Felipe
Leprevost), é incapaz de lidar com a progressão dos sintomas. O vômito, as
feridas, a doença o apavoram de tal modo que ele decide se mudar e deixa
Prior. Sozinho no apartamento, Prior – o profeta – tem sonhos febris onde
ouve uma voz angelical que chama por ele. Paralelo a isso, o famoso
advogado Roy Cohn (Sérgio Machado) – uma figura que realmente existiu
– também recebe de seu médico a notícia de que está com AIDS. Perverso e
ultraconservador, esconde sua homossexualidade e sua doença. Por mais
temido e influente que seja em todo o país, é a primeira vez que Cohn
se depara com algo que não pode controlar.
O pupilo de Roy, Joe (Ricardo Martins), é mórmon e trabalha no
Tribunal de Apelação como chefe de gabinete há cinco anos. Roy oferece a
ele um cargo importante no Departamento de Justiça em Washington, para que
Joe o beneficie em um processo que visa expulsar Cohn da Ordem dos
Advogados. Joe se vê dividido entre a carreira e seus princípios
éticos. Além disso, seu casamento com Harper (Lisa Eiras)
não vai nada bem. A criação religiosa fez com que Joe nunca
assumisse sua homossexualidade e, para aplacar a depressão da relação,
Harper ingere quantidades enormes de Valium, buscando refúgio em
suas alucinações. Num momento de crise, Joe liga para a
mãe, Hannah (Patrícia Selonk), e conta para ela que é gay. Hannah o
repreende veementemente durante a ligação, mas dias depois vende a casa em
Salt Lake City, onde morava, e chega em Nova York para descobrir que o
filho sumiu. Ele deixa Harper para viver com Louis – que trabalha no
tribunal como digitador – a sexualidade que sempre reprimiu. Joe –
advogado, mórmon, republicano – personifica a América que Louis abomina,
mas um improvável elo se forma entre eles, uma paixão sexual e poderosa.
Prior está desolado sem alguém do seu lado. Perdeu muitos amigos para
a AIDS nos últimos tempos e teme ser o próximo. No auge da doença e da
febre, um Anjo desce dos céus e aparece em seu quarto.
O Anjo (Marcos Martins) é de certa forma assustador. Ele explica que
o movimento da espécie humana – sua incapacidade de se manter parada,
de não se misturar – seria a causa dos males do mundo e do desaparecimento
de Deus. Prior é o escolhido para restabelecer a paz, cessando todos
os movimentos migratórios da humanidade. Ele faz de tudo para rejeitar
sua profecia, se torna progressivamente mórbido e amargurado, causando preocupação
em seu amigo Belize (Thiago Catarino), que tenta ajudá-lo a
lidar com a rejeição de Louis e a cuidar da saúde debilitada. Belize é
enfermeiro e trabalha no turno da noite no hospital em que Roy é internado.
Negro, gay e ex-drag queen, conhece bem as feridas
profundas causadas pelo avanço da política e do pensamento
neoliberal defendidos por Roy Cohn. Isolado e enfraquecido, Roy recebe a
visita de uma velha conhecida, o fantasma de Ethel
Rosenberg (Patrícia Selonk), que foi condenada à cadeira elétrica nos
anos 50 graças à influência do advogado nos anos do Macarthismo. O
que fazer diante de um sofrimento arrasador? Como sobreviver a uma
época monstruosa? É preciso parar ou devemos manter as nossas vidas em
constante movimento?
Sobre
a Armazém Companhia de Teatro e o diretor Paulo de Moraes
A Armazém Companhia de Teatro foi formada em 1987, em Londrina, em
meio à efervescência cultural vivida pela cidade paranaense na década de
80 – de onde saíram nomes importantes no teatro, na música e na poesia.
Liderados pelo diretor Paulo de Moraes, o senso de ousadia daqueles jovens
buscando seu lugar no palco impregnaria para sempre os passos do
grupo: a necessidade de selar um jogo com o seu espectador, a imersão num
mundo paralelo, recriado sobretudo pela ação do corpo, da palavra, do
tempo e do espaço.
Com sede no Rio de Janeiro desde 1998, a companhia tem mais de 30 anos
de formação. Graças ao patrocínio continuado da Petrobras, desde 2000, a
companhia tem conseguido levar seu trabalho aos públicos mais variados,
tanto do Brasil quanto do exterior. Sempre baseando seus espetáculos em
pesquisas temáticas (com a criação de uma dramaturgia própria com
ênfase nas relações do tempo narrativo) e formais (que se refletem na
utilização do espaço, na construção da cenografia, ou nas técnicas
utilizadas pelos atores para conviver com o risco de encenar em cima de um
telhado, atravessando uma fina trave de madeira ou imersos na água),
a questão determinante para a companhia segue sendo a arte do ator. Busca-se
para o ator uma dinâmica de corpo, voz e pensamento que dê conta das
múltiplas questões que seus espetáculos propõem. E a encenação caminha
no mesmo sentido, já que é o corpo total do ator que a determina.
Apesar da construção de espetáculos tão díspares e complementares como A
Ratoeira é o Gato (1993), Alice Através do
Espelho (1999), Toda Nudez Será Castigada (2005), A Marca
da Água (2012) e O Dia em que Sam Morreu (2014), a Armazém
Companhia de Teatro segue sua trajetória sempre investindo numa linguagem
fragmentada, que ordene o movimento do mundo a partir de uma
lógica interna. Essa lógica interna é a voz da Armazém, talvez a grande
protagonista do mundo representacional da companhia.
Em 2019, a Armazém Companhia de Teatro estreia sua versão de ANGELS IN AMERICA primeiro em São Paulo (maio), depois no Rio de Janeiro (julho). Em setembro apresenta sua versão de HAMLET, na China, nas cidades de Shangai e Harbin. Com mais de 30 prêmios nacionais no currículo, a companhia também foi premiada duas vezes no Festival Fringe de Edimburgo (na Escócia), com o prestigiado Fringe First Award (2013 e 2014) e no Festival Off de Avignon (na França), com o Coup de Couer de la Presse d’Avignon (2014).
Nascido em Cornélio Procópio, no Paraná, em 1965, Paulo de Moraes é diretor de teatro, dramaturgo e cenógrafo. Formado em Jornalismo, pela Universidade Estadual de Londrina, foi também professor e diretor da Escola Municipal de Teatro de Londrina, além de professor de interpretação na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras. Como ator participou, entre 1985 e 1987, do Grupo Delta de Teatro (de Londrina), sob a direção de José Antonio Teodoro. Começou seu trabalho de diretor e dramaturgo em 1987, quando fundou a Armazém Companhia de Teatro (ainda em Londrina). Desde 1998 radicado no Rio de Janeiro, já foi premiado ou indicado – como diretor – aos Prêmios Shell, Cesgranrio, Eletrobrás, Molière, Mambembe, APTR, Cultura Inglesa, Contigo, Qualidade Brasil e Faz a Diferença (Jornal O Globo). Além disso, seus espetáculos já foram apresentados em vários países, como Portugal, Noruega, França, Escócia, Angola, Uruguai e China. Entre seus trabalhos mais importantes estão A Ratoeira é o Gato (1994), Sob o Sol em meu Leito após a Água (1997), Alice Através do Espelho (1999), Da Arte de Subir em Telhados (2001), Pessoas Invisíveis (2002), Toda Nudez Será Castigada (2005), Pequenos Milagres (2007), Inveja dos Anjos (2008), Mente Mentira (2010), A Marca da Água (2012), Jim (2013), O Dia em que Sam Morreu (2014) e Hamlet (2017). Fora da Armazém Companhia de Teatro, dirigiu importantes atores e atrizes do teatro brasileiro, como Paulo Autran, Celso Frateschi, Louise Cardoso, Suzana Faini, Ana Beatriz Nogueira, Fernando Eiras, Malu Valle, Zécarlos Machado, Eriberto Leão e Malvino Salvador, além dos coletivos Grupo Galpão e Intrépida Trupe. Recebeu duas vezes, em 2013 e 2014, o Fringe First Award, o mais importante prêmio do Festival de Edimburgo, na Escócia – por A Marca da Água e O Dia em que Sam Morreu
Website: https://www.armazemciadeteatro.com.br
Ficha técnica
ANGELS IN AMERICA
de Tony Kushner
Direção: Paulo de Moraes
Tradução: Maurício Arruda Mendonça
Elenco (em ordem alfabética): Jopa Moraes (Prior Walter), Lisa Eiras (Harper
Pitt), Luiz Felipe Leprevost (Louis Ironson), Marcos Martins (O Anjo),
Patrícia Selonk (Hannah Pitt + Ethel Rosemberg), Ricardo Martins (Joe
Pitt), Sergio Machado (Roy Cohn) e Thiago Catarino (Belize + Sr. Mentira)
Cenografia: Paulo de Moraes e Carla Berri
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Carol Lobato
Música Original: Ricco Viana
Videografismo: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca
Preparação Corporal: Paulo Mantuano
Fotografia: Mauro Kury
Designer Gráfico: Daniel de Jesus
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Assistente de Produção: William Sousa
Produção Executiva: Flávia Menezes e Isabel Pacheco
Direção de Produção: Patrícia Selonk
Produção: Armazém Companhia de Teatro
Serviço
ANGELS IN AMERICA
Temporada: 5 a 28 de julho de 2019.
Sextas, às 20h: Angels in America Parte I – O Milênio se Aproxima
Sábados,
às 17h: Angels in America Parte I – O Milênio se Aproxima
Sábados, às 20h: Angels in America Parte II – Perestroika
Domingos, às 18h: Angels in America Parte II – Perestroika
Local: Teatro Riachuelo
Endereço:
Rua do Passeio, 38, Centro, Rio de Janeiro (próximo ao Metrô
Cinelândia)
Telefone: 21 3554-2934
Plateia VIP: R$ 70,00 (inteira) e R$ 35,00 (meia)
Plateia: R$ 70,00 (inteira) e R$ 35,00 (meia)
Balcão Nobre: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)
Balcão Superior: fechado
Importante: Cada sessão será vendida de maneira independente. Quem assistir no sábado terá de comprar 2 ingressos, 1 para a Parte I e outro para a Parte II.
Vendas
na bilheteria, pelo site Ingresso Rápido (https://www.ingressorapido.com.br)
e nas Lojas Riachuelo.
Plateia: 999 pessoas (sendo 275 Plateia Vip / 335 Plateia / 86 Balcão
Nobre)
Duração da Parte I: Aproximadamente 140 minutos.
Duração
da Parte II: Aproximadamente 150 minutos.
Intervalo: Aos sábados haverá intervalo de 40 minutos
entre as Partes I e II.
Classificação Indicativa: 16 anos (cenas de nudez, simulação de sexo
e palavrões)
Rolê Cultural | Música, arte e entretenimento